Mergulhemos na carne da matéria. Enquanto feminista materialista, não pensas sobre a matéria, mas com a matéria. Histórias complexas estão inscritas nos materiais com que decidiste trabalhar: histórias de corpos que trabalham, de lixadeiras, de erosão da pedra, dos tempos humanos aos tempos geológicos. Falar sobre matéria narrativa não é apenas fazer uso de uma metáfora material, mas reconhecer as suas agências narrativas como co-autoras ativas que moldam o trabalho, mas também, de forma mais ampla, o mundo e que, portanto, co-determinam a nossa existência. O teu interesse depende da biografia dos objetos? Ou das histórias da matéria em si, numa procura de torná-las mais tangíveis para os humanos?
Andreia Santana, Dreams of Flesh and Sand, 2024
14’, vídeo HD, cor, som, loop
cola de peixe, folha de alumínio,
correntes inox